Spawn #174 – Resenha


Título: Spawn Pistoleiro – Parte Um
Roteiro: David Hine
Desenhos: Bing Cansino e Geirrod Van Dyke
Data nos EUA: Janeiro/2008
Data no Brasil: Abril/2008

Sinopse: No século 19, em plena Guerra Civil Americana, o soldado búfalo Henry Simmons, antepassado de Al, é preso depois de fugir de um massacre empreitado por seu regimento. Na prisão ele conhece um homem conhecido como Velhote, que lhe conta sua história sobre a perda da sua família e seu juramento de vingança contra os assassinos. Um pouco antes de serem enforcados, Mammon aparece para oferecer-lhes a chance da liberdade em troca de suas almas. No momento da morte, o Velhote faz o pacto e se torna o Spawn Pistoleiro.

Positivo/Negativo: Spawn #174 é uma daquelas edições que merecem ficar na memória de vários fãs por três motivos especiais. O primeiro fica para o fato de conhecermos um antepassado de Al Simmons e o seu encontro com um hellspawn no Velho Oeste. Raramente temos a oportunidade de conhecer outras almas amaldiçoadas que foram colhidas pelo demônio Malebólgia. A primeira tentativa disto foi na edição 9, quando conhecemos o Spawn Medieval. Logo depois tivemos a mini-série Spawn: The Impaler (inédita no Brasil) onde conhecemos Vlad Tepes, príncipe da Valáquia, que fez um pacto para expulsar as tropas turcas de seu país, dando origem ao mito de Drácula. Por fim tivemos a série Curse of the Spawn (conhecida no Brasil como A Maldição do Spawn) onde tivemos várias histórias de outros hellspawn de épocas diferentes. Estranhamente a Editora Abril, quando trouxe a revista para o país, não publicou nenhuma histórias destes hellspawns, preferindo lançar apenas as histórias de personagens de apoio, como Ângela e Jéssica Priest.

A proposta de David Hine parece interessante: retomar o clima de Curse of the Spawn, mas dentro da cronologia de Al Simmons. Até agora, além do Spawn Pistoleiro, tivemos também o Spawn Mandarim, que apareceu na edição 165, e daqui a algumas edições teremos o War Spawn, que apareceu na Primeira Guerra Mundial. Ainda não temos notícias se outros mais vão aparecer, mesmo porque David Hine e Brian Haberlin deixarão a revista em breve para a chegada da nova equipe criativa, formada por fundadores da Image Comics, como foi noticiada pelo Spawn Alley dias atrás.

O segundo fator interessante é o ambiente. Poucos leitores estão acostumados com o clima de Velho Oeste nos quadrinhos. Apesar de termos um representante há década nas bancas (o fumetti italiano Tex), é um gênero muito restrito a um público específico. Mas o clima um pouco sépia combinou bastante com o ambiente, criando a sensação de estar vendo um filme bem antigo. O engraçado é que o gênero deu uma “ressuscitada” ultimamente em outros dois quadrinhos: A Torre Negra, de Stephen King, lançada pela Panini Comics; e Priest, manhwa corerano da Lumus Editora.

O terceiro fator, que certamente é o mais aparente, é a arte. É a primeira vez que temos uma arte pintada dentro da revista normal. O trio Cansino/Van Dyke/Capullo fazem um trabalho magistral, digno de ficar minutos olhando para apenas um quadrinho para apreciar a bela arte.
Quanto à história, ela mostra a origem do Spawn Pistoleiro, um dos mais aguardados por todos os fãs. É interessante ver como um personagem, que só apareceu em um quadrinho, ganhou tanta notoriedade. Tudo começa quando Spawn foi para o Oitavo Círculo durante a saga Uma Temporada no Inferno (Spawn #117 a #120). Na edição 119, quando os hellspawns se erguem para se aliar à Al Simmons, lá estava ele, imponente sobre um rochedo. Apesar de não ter uma fala e só ter aparecido uma vez, criou-se uma curiosidade de saber: existiu um hellspawn no Velho Oeste? O sucesso foi tão grande que a McFarlane Toys lançou uma action figure do personagem, batizado de Gunslinger Spawn. Esta figura fez tanto sucesso entre os colecionadores que segui os passos do Spawn Mandarim: ganhou sua própria história na revista.

A história é bem direta: um homem com desejo de vingança pela morte da família faz um pacto com Mammon para caçar os assassinos. A particularidade deste hellspawn é que ele ganha seus poderes pouco depois da morte do Velhote, o homem que foi amaldiçoado. Geralmente leva-se anos para o hospedeiro voltar à Terra como um hellspawn. Não foi o caso deste, mas mesmo assim a história é bem direta no que se propõe, deixando uma certa expectativa para a edição seguinte.

A capa, desenhada por Greg Capullo, está bem bonita utilizando o seu novo estilo de pintura digital, apesar do Spawn Pistoleiro possuir um chapéu bem longo se comparando com o da história. Mas foi notado um erro gravíssimo na história. Na página 23, quando Mammon entrega um espelho para o Spawn Pistoleiro, notem que os balões estão invertidos. Claramente não foi culpa da Pixel, e sim do arquivo original que foi enviado. Isto já aconteceu algumas vezes antes, sendo necessário até avisar à TMP sobre estes problemas, pois no caso não dá para fazer muita coisa, senão permanecer trocado (a não ser que use o recurso do Photoshop para inserir os balões em seus devidos lugares).

De novidades na edição, tivemos uma pequena explicação sobre quem eram os Soldados Búfalos (que foi muito esclarecedora), a seção Bastidores com um preview da edição seguinte (muito aninal!!!) e um pinup de Spawn: Godslayer, notadamente uma jogada de marketing para a preparação do terreno da chegada da série mensal. Só resta saber se ainda há o interesse da Pixel em lançar o material no Brasil.

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